terça-feira, 19 de junho de 2012

Estilo Kafkiano

 

Tratar algo excepcional, surreal e até mesmo medonho como algo simples e cotidiano. Isso se chama estilo Kafkiano, levando o nome de Franz Kafka, por quem tenho incrível admiração após ler seus livros e principalmente sua biografia romanceada de Jeanette Rozsas chamada "Kafka e a marca do corvo".

Sendo simples e direto como: "Certa manhã, ao despertar de sonhos intranquilos Gregor Samsa encontrou-se em sua cama metamorfoseado em um inseto monstruoso.". De forma impactante, tratar um absurdo que foge do real, foge das leis ponderais, como se fosse algo que ocorre com todos. Lendo a Metamorfose, me perdi a ponto de me esquecer das situações vividas por Gregor Samsa e seu dilema de vida de inseto, não sabia mais se desejava sua melhora ou sua morte e até mesmo se sua transformação foi para melhor ou pior. No fundo sua vida não mudou de forma significativa, continuou na sua família conturbada e na sua vida medíocre.

A sociedade como um todo vive em CRISE. Vivemos no mundo surreal, medonho e inconcebível e encaramos isso de forma simples e como condição para se viver. Como diria meu amigo Ronan http://as7facesdodrlao.blogspot.com.br/2012/06/criar-e-viver.html "Algumas pessoas [...] Não cria, não elabora, mal sei se estão vivos."

Criei meu primeiro blog com este nome, pois quero escrever algo que afetem as pessoas, que pelo menos se sintam ofendidas e que me critique por isso, pois assim saberei que estão vivas!

"Precisamos de livros que nos afetem como um desastre, que nos entristeçam profundamente, como a morte  de alguém a quem tenhamos amado mais do que a nós mesmos, como ser banido para florestas isoladas de todos, como um suicídio. Um livro deve ser o machado para o mar enregelado que temos dentro de nós."
Franz Kafka   

Um comentário:

  1. Na metamorfose eu fiquei intrigado se a transformação de Gregor era mesma uma transformação ou se era apenas a constatação da vida que ele levava... afinal... mesmo em sua abominável condição... ele ficava pensando apenas nos seus deveres de vida e trabalho... de certa forma... ele já era uma barata.

    Ouvi comentários que quando Kafka lia este conto para outros... que ele gargalha ao extremo da condição de gregor. Não sei se isto confere... mas é interessante pensar assim.


    Sobre o blog... bom... seja bem vindo ao mundo infinito dos pensamentos devaneios, teorias, conspirações e até mesmo alento.

    Afinal... a força criativa nos da a certeza de que estamos vivos e temos pelo que viver!!!!

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