sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Errando o pensamento
Errar é humano. Mais um ditado que expõe nossa condição humana, que justifica nossa imperfeição. O erro é condenado como se fosse um destino ao fracasso. Mas o erro é o que constrói as virtudes, que nos faz repensar atitudes e nos permitir melhorar. Não reconciliando, mas admitindo e concertando e com isso certamente não errando mais.
Uma condenação do erro é vista nas avaliações de ensino nas escolas. Aplicam um teste de conhecimento em que os alunos estão sujeitos ao fracasso, ao erro, porém, a oportunidade de concertar o erro e aprender não lhes são garantidas. O modo de ensino não é baseado no conhecimento, mas no capacidade de estar acima da média em uma prova. Pensava no maior desvaneio inocente que ia pra escola aprender, contudo, aprender é apenas uma consequência de estar com mais de 60 pontos. Para o governo quanto mais diplomas e certificados forem entregues, mais seremos respeitados como uma potência em crescimento!
Vivemos em um país com a maioria pobre e a minoria rica. E o desejo da maioria pobre é entrar no pequeno grupo de minoria rica, neste ponto é que o erro do modo de pensar se expõe. O desejo está trocado, está individualista e não comunista. Não desejo entrar para a minoria quero que a minoria inverta-se de papel e que a maioria tenha condição de uma vida melhor e igualitária. Queria que o mundo fosse igual ao Facebook: lugar onde todos odeiam a falsidade e amam os filhotinhos e os animais, que sonham com um amor perfeito e que tem uma frase filosófica para todas as perguntas, e sempre... sempre ter belas imagens para nos fazer feliz!
terça-feira, 10 de julho de 2012
Necessidades de sermos Eternos
Vivemos e morremos. Esta é nossa única verdade, porém não conseguimos lidar com o curto prazo com que nos são permitidos entre essas duas dádivas. Criamos outras verdades por não assumir um princípio lógico e fundamental. O tempo não é nosso aliado, e sim nosso inimigo. Não sabemos lidar com isso e condicionamos outras "verdades", para nos eternizar. Não assumimos a vida que serve sim para ser vivida entre estes termos, porque queremos por queremos ser eternos. Não sabemos lidar com a vida como ela é, e como somos extremamente egocêntricos, criamos a partir daí universos Pós-morte, que de um modo geral se resume em todas as religiões assim: Temos dois universos imaginários, um bom e outro ruim e suas atitudes em vida que irá decidir em qual dos dois passará a eternidade. Simples.
Entre o Nascimento e a Morte, nos esquecemos do mais importante: A Vida. Viver é uma busca não pela realidade, mas sim pela Felicidade. Invés de sermos recompensados com o Paraísos, porque não viver a felicidade enquanto vivos? Porque não promover a felicidade independentemente de um Deus a ser admirado? Há uma incansável luta contra o Tempo. Nossa felicidade aqui na Terra é muito curta se compararmos com o grande universo do pós-morte e não nos contentamos com os poucos anos de felicidades que podem ser alcançados de imediato na nossa vida e insistimos em Vida Eterna. Eu não quero Vida Eterna, eu quero é felicidade em vida, que seja eterna enquanto dure.
Em meio a necessidade de sermos eternos, e na luta constante contra nossos instintos, o homem foi catequizado para agir de forma boa, ser uma pessoa boa com o intuito de ser recompensado no seu pós-morte, não mais fazer o bem pelo simples fato de que faz bem, mas porque seremos recompensados! Nossa moral está caindo tão rápido que a ponto de que fazer o bem é sinônimo de recompensa. Oque estou querendo não é substituí valores por outros e sim mudar o modelo de humanidade que nos foi criado. Mudar nossa visão do mundo para algo mais digno e com mais conceitos, já que a visão que as pessoas tem da realidade influência no que pensam, fazem e sentem.
domingo, 1 de julho de 2012
Friedrich Nietzsche
"O que é bom? Tudo aquilo que eleva no homem o sentimento do poder, a vontade de poder, o próprio poder.
O que é mau? Tudo aquilo que provém das fraqueza.
O que é felicidade? O sentimento que a força cresce - que uma resistência foi superada.
Não a satisfação, mas mais poder; não a paz em si mesma, mas a guerra; não a virtude, mas a capacidade."
De todas as passagens de Friedrich Nietzsche, esta é a que me chama mais atenção. Não por ser uma previsão do comportamento humano, mas por ser quase uma verdade incondicional sobre as atitudes e virtudes do ser humano. Estamos nos tornando cada dia mais depravados e Nietzsche insiste que isso é uma consequência que nos foi imposta através de morais e de preconceitos científicos. Esta decadência foi firmada a partir de religiões rígidas que cultuam uma moral como se fosse uma verdade incondicional, inundando e promovendo uma depravação do que é moral e diretamente influenciando no modo de pensar filosófico e científico. Nietzsche viveu no século XIX, revelando assim sua paixão pelo futuro, numa época em que as tecnologias revelavam uma nova forma para transformar o meio social e Nietzsche abraça esta causa e faz dela uma fonte de esperança para uma sociedade em decadência. Viveu e escreveu seus livros no século XIX, contudo se transformou no filósofo do século atual, justamente por tratar de filosofia no meio tecnológico que ainda presenciamos.
A sobra da antiga filosofia ficava rodeando em basicamente procurar a verdade e o erro, procurando antigos filósofos para basear suas teses, tendo como princípio de procura uma ideologia entre isso é certo ou errado? uma verdade ou uma falsidade? Porém Nietzsche procura de forma diferente e nova sendo para quê e porque a verdade? fazer uma pergunta como essa, fugindo dos princípios filosóficos da época fez com que semeasce a discórdia entre Nietzsche e o nosso modelo de pensamento socrático. Contudo Nietzsche admirava pensadores da Odisseia e os justificavam como verdadeira filosofia levada pela Arte, uma Verdade cheia de controversas e a Vida em constante transformação unindo de forma igualitária a Arte, o Pensamento e o Saber.
Pensamentos pre-socráticos criou um universo baseado na arte e na mitologia, sendo as mais famosas a Mitologia Grega e a Mitologia Nórdica, que partem de uma forma de pensar mais para o Homem submisso a Natureza e não o contrário. Quero deixar claro, para que não confundem essa linha de pensamento, que o Homem é capaz de transformar a Natureza, porém esta não esta submissa a ele, algo mais ou menos como o Homem submisso a Natureza e não a Natureza submissa ao Homem. Os avanços tecno-científico dependem da natureza e de seus recursos e a conservação destes recursos é de vital importância para da evolução, porém nosso modo de consumo fez com que criássemos de nossas necessidades um ritual para o avanço financeiro, fazendo a partir daí uma deteriorização da Natureza e seus recursos.
O que é mau? Tudo aquilo que provém das fraqueza.
O que é felicidade? O sentimento que a força cresce - que uma resistência foi superada.
Não a satisfação, mas mais poder; não a paz em si mesma, mas a guerra; não a virtude, mas a capacidade."
De todas as passagens de Friedrich Nietzsche, esta é a que me chama mais atenção. Não por ser uma previsão do comportamento humano, mas por ser quase uma verdade incondicional sobre as atitudes e virtudes do ser humano. Estamos nos tornando cada dia mais depravados e Nietzsche insiste que isso é uma consequência que nos foi imposta através de morais e de preconceitos científicos. Esta decadência foi firmada a partir de religiões rígidas que cultuam uma moral como se fosse uma verdade incondicional, inundando e promovendo uma depravação do que é moral e diretamente influenciando no modo de pensar filosófico e científico. Nietzsche viveu no século XIX, revelando assim sua paixão pelo futuro, numa época em que as tecnologias revelavam uma nova forma para transformar o meio social e Nietzsche abraça esta causa e faz dela uma fonte de esperança para uma sociedade em decadência. Viveu e escreveu seus livros no século XIX, contudo se transformou no filósofo do século atual, justamente por tratar de filosofia no meio tecnológico que ainda presenciamos.
A sobra da antiga filosofia ficava rodeando em basicamente procurar a verdade e o erro, procurando antigos filósofos para basear suas teses, tendo como princípio de procura uma ideologia entre isso é certo ou errado? uma verdade ou uma falsidade? Porém Nietzsche procura de forma diferente e nova sendo para quê e porque a verdade? fazer uma pergunta como essa, fugindo dos princípios filosóficos da época fez com que semeasce a discórdia entre Nietzsche e o nosso modelo de pensamento socrático. Contudo Nietzsche admirava pensadores da Odisseia e os justificavam como verdadeira filosofia levada pela Arte, uma Verdade cheia de controversas e a Vida em constante transformação unindo de forma igualitária a Arte, o Pensamento e o Saber.
Pensamentos pre-socráticos criou um universo baseado na arte e na mitologia, sendo as mais famosas a Mitologia Grega e a Mitologia Nórdica, que partem de uma forma de pensar mais para o Homem submisso a Natureza e não o contrário. Quero deixar claro, para que não confundem essa linha de pensamento, que o Homem é capaz de transformar a Natureza, porém esta não esta submissa a ele, algo mais ou menos como o Homem submisso a Natureza e não a Natureza submissa ao Homem. Os avanços tecno-científico dependem da natureza e de seus recursos e a conservação destes recursos é de vital importância para da evolução, porém nosso modo de consumo fez com que criássemos de nossas necessidades um ritual para o avanço financeiro, fazendo a partir daí uma deteriorização da Natureza e seus recursos.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Uma carta de Amor
Veio-me a brilhante ideia de escrever
para tentar amenizar oque eu estou sentindo. Mesmo que piore as coisas ou por
mais que as coisas entre nós estejam problemáticas resolvi escrever para tornar
as coisas mais... Digamos... Suportáveis. Quero escrever para ver se sou
realmente bom na escrita. Mas acima de tudo te mostrar que nosso AMOR vale a
pena... Que esperaria o tempo que for preciso para te ter nos meus braços
novamente. Posso está sendo exagerado em certas coisas, mas isso me faz bem.
Como posso começar a narrar nossa
história? Talvez você não se lembre, mas creio que nossa história começa num
evento escolar. Naquele festival de sorvete, vi algo especial em você. Não
tenho certeza do que me chamou atenção em você naquele dia, mas vi algo a mais
que ninguém conseguiu enxergar. Não entendo até hoje como consegui reunir
coragem pra chegar perto de ti e dizer "oi", acho que é porque eu já
te conhecia de vista e poderia ficar estranho. Mas não quero ser uma pessoa
exagerada em dizer que me apaixonei por você naquele momento porque não foi,
nem quero que você fique convencida de que desde aquela época eu amava você.
Hoje em dia palavras, atitudes e sentimentos que antes necessitavam, de certo
modo, uma cautela para serem usadas estão sendo desperdiçadas e se tornando
muito usuais. Contudo quero dizer que existe um começo para nossa relação e
para mim este foi o lugar e posso te garanti que este é um momento que não
sairá da minha memória. Não sairá da minha memória o momento, porém oque nós conversamos,
eu me esqueci.
Outro momento que nunca
irei me esquecer de quando o parque de diversões veio aqui em Pará de Minas.
Lembro-me que tinha vários brinquedos, alguns costumeiros, outros um pouco mais
incomuns, como montanha russa apesar de que não era uma coisa muito
extravagante. Outro incomum, mas que foi o mais marcante era o Kamikaze, aquele
foi o maior que veio aqui na nossa cidade, era imenso e girava 360°. No fundo
dava medo. Foi nele que nós andamos. No começo ele foi lento, porém depois da
primeira volta e disparou. Foi quando ficou mais divertido. Você não parou de
gritar nem por um minuto, segurou na minha mão e aquilo foi de certa forma
estranho para mim, fiquei sem jeito, mas estava feliz.
Como você já sabe eu sou Ateu. Por enquanto... Oque eu quero dizer sobre
isso é que eu sou Ateu não por revolta, não por que um Deus todo poderoso não atende
minhas necessidades. Confesso que as instituições religiosas colaboraram para
minha decisão. Quando criança eu frequentei a catequese, não porque eu gostava,
mas porque se eu não fosse minha mãe me castigava ou me dizia que isso era
pecado mortal. Resumindo aprendi a rezar, como se isso fosse apenas à língua do
nosso Deus possuidor de todo conhecimento. Nesta época eu acreditava em Deus, o
momento mais marcante para mim e que decidiu minha religiosidade foi quando
entrei em depressão...
Nessa fase após estar
profundamente abalado e triste por alguma coisa que não me lembro. Esta é uma
das minhas qualidades, depois de certo tempo eu esqueço minhas lembranças
ruins. Como minha mãe é religiosa, ela me aconselhou a tentar encontrar em Deus
o refúgio e paz que eu precisava para seguir em frente. Com isso, passei a
frequentar a Igreja de São Pedro, mas invés de encontrar a paz desejada eu
comecei a entrar em conflitos morais e religiosos. Passei a me perguntar sobre
sofrimento, tristeza e o mal, e porque existiam. E simplesmente concluir que eu
não deveria me sentir mal, sabe por quê? Porque não está ruim apenas para mim,
está ruim para todos e não é Deus que fará com que as coisas melhorem, e que
existe uma pessoa que se importa comigo, essa pessoa sou Eu. Mas no começo não
é fácil... Nem tampouco simples como descrevi. Ser descrente de algo que
envolve muito mais do que uma opinião é complicado, pois ia de contrario a toda
uma tradição familiar. Ou eu podia e posso simplesmente estar errado de tudo
que penso.
O meu amigo Vitor, me
chamou para participar do grupo de jovens em que ele participava o JAC, Jovens
Amigos de Cristo, em que eu já tinha participado uma vez e não me cativou.
Sabia que você estaria lá, pois quando eu frequentei este grupo pela primeira
vez você fazia parte dele. Sempre me julguei forte em questões amorosas, mas
acho que justamente por não me envolver por tempo suficiente. Diferente da
catequese, eu gostava do grupo de jovens, não só por estarmos em um ambiente de
nossa faixa etária, mas porque cultivei um vinculo com essa turma. Foi muito
bom o grupo em um todo. Aquele grupo era de adolescentes, portanto formar
casaizinhos é normal. E este grupo já tinha formado seus casais. Inclusive você
e o Marcos. Senti, digamos um pouco de inveja dele, porém não posso dizer que
foi minha primeira decepção amorosa contigo. Pois de todas as garotas do grupo,
você é uma das mais bonitas e interessantes, como é até hoje, sempre gentil com
os outros, é você é maravilhosa.
Contei-lhe sobre minha descrença, para deixar claro que eu não
frequentava o grupo de jovens por Deus, mas para me relacionar com as pessoas.
Retornar a um grupo que não tinha me agradado muito, foi meio que difícil e
principalmente por ser nos sábados já que eu sempre arrumava algo pra fazer ou
mesmo sair. Mas no geral, eu participava frequentemente do grupo. Dava minhas
opiniões e brincava com as crenças do pessoal, como sempre fui taxado como
chato e insuportável, mas já estava acostumado com este fardo. A melhor coisa
que aconteceu nesse período da nossa história foi o maior contato que gerou
entre nós dois, arrisco dizer até amizade. Em meio minhas investidas para te beijar,
abraçar ou mesmo brincar contigo fortaleceu minha necessidade de ficar com
você, logo estava apaixonado e frequentando o grupo de jovens com apenas um
propósito: Estar com você.
Neste grupo de jovens
não tinha apenas palestras chatas e orações, uma vez ou outra tinha algum
aniversário ou festinha de alguém do grupo pra gente ir. Numa destas, posso-te
dizer que foi minha primeira decepção amorosa com você. E foi na festa de
aniversário da Stefani, estava todo mundo do grupo de jovens nesta festa e você
já tinha notado que eu estava muito afim de você. Mais uma vez tive que criar
coragem para tentar conversar contigo, mas desta vez eu queria ficar com você.
Nunca imaginei que nossa história chegaria ao ponto que chegou hoje, e que te
amaria mais do a mim mesmo ou até tudo.
Você disse NÃO. Eu já
estava preparado para receber esta resposta, e não foi aí que me decepcionei.
Naquela festa tinha outro cara, um cara que todos achavam legal e que merecia
você, um garoto bacana com uma garota excepcional. Mal sabiam eles que nós dois
iriamos rir muito deste idiota que chamaremos de “Maria Bonita”. Quase o fim da
festa um beijo vocês se deram... Não chorei porque não queria que eles me
vissem assim, sofrendo por uma coisa que não podia.
Outro evento marcante
foi numa destas saideiras do grupo, fomos ao show da banda Rosa de Saron, em
Itaúna. Juntamos a galera, alugamos uma van e fomos pra este show. Já tínhamos
certa intimidade, brincávamos e ficamos juntos, estávamos parecendo um
casalzinho de namorados. Contudo, o show foi meio que engraçado já que ninguém
sabia nenhuma musica da tal banda, e por incrível que pareça, não ficamos
naquele show no parque... porém na volta dentro da van, nem sei oque passou
pela minha cabeça só sei que te roubei um beijo.
É... você sempre foi
difícil. Mas acho que é isso que me impulsionou a querer cada vez mais me
relacionar contigo. Aquela festa não foi a primeira que fomos com o grupo e nem
foi a última em que você me deu um fora, mas a cada dia que se passava mais a
gente te aproximava e ficávamos parecendo um casal. Na festa de um ano do grupo
de jovens na casa da Daniela, ocorreu a mesma coisa, só que desta vez não
ficamos com ninguém. Mas ficamos juntos, um perto do outro. Pergunto-me se
nesta época você não ficava comigo, não me dava uma chance por orgulho ou por
opinião dos outros. Não foi fácil conquistar você. E se fosse fácil talvez eu
não te valorizasse tanto.
Após vários meses com
você e vendo que a gente se dá tão bem, não por sermos igual ao outro, ou mesmo
por termos as mesmas opiniões, mas porque a gente sempre respeitou a maneira de
ser de cada um. Somos duas engrenagens, que se encaixam perfeitamente com suas
imperfeições, para que possamos movimentar. Nunca amei ninguém como eu te amo,
e você sabe disso.
Houve outra festinha.
Desta vez foi um aniversário de quinze anos de uma menina do grupo. Cintia no
dia 26/02/11. Só que desta vez foi diferente... Você e eu estávamos com uma
intimidade tão grande que já passávamos a ideia de casal. Nesta festa foi
inevitável de ambos os lados. Ficamos juntos e de mãos dadas, abraçados e de
forma tão natural que quem não conhecesse a gente diria que já namorávamos há
tempos e que no meu ver já namorávamos. Só que apenas quando a festa acabou e
que estávamos no carro voltando pra casa, junto com uma amiga, o pai dela e nós
dois no banco de trás do carro que nos beijamos pela primeira vez. Nossa!
Pensei em várias palavras para descrever este momento, mas palavras são apenas
palavras. Tentar descrever um momento desse é muito difícil, mas me deu uma
sensação de conquista, de vitória, por tantas vezes que nós estávamos juntos um
perto do outro. Porém nos beijamos na hora e no momento certo. Beijávamos, e no
som do carro tocava uma das musica que mais marcou nosso namoro:
Ritmo da chuva
“Olho para a chuva que não quer cessar
Nela vejo o meu amor
Esta chuva ingrata que não vai parar
Pra aliviar a minha dor
Eu sei que o meu amor pra muito longe foi
Com a chuva que caiu
Oh gente! Por favor pra ela vá
contar
Que o meu coração se partiu
Chuva traga o meu benzinho
Pois preciso de carinho
“Diga a ela pra não me deixar triste assim...”.
Confesso que o tão
esperado momento foi meio que estranho. Na hora eu não sabia oque fazer. Sempre
quis ficar com você, poder te beijar, poder dizer que eu já gostava de você
havia um tempo, mas na hora eu não sabia oque fazer. Tentamos nossa relação
como apenas “ficante”, (acho este termo ruim). Começamos a ficar e ficávamos em
vários lugares, foi ótimo. Não tinha um lugar, um beco, uns lotes vagos, na
pracinha que não tenhamos namorado, ou mesmo escorados perto do salão de beleza
no prédio do Geovane, este bairro é o nosso lugar. A gente transformava
qualquer lugar no nosso lugar. Qualquer lugar perto de você se tornava
especial.
Mudei de escola. Mas mudei de escola
não por causa dos alunos, dos professores ou da direção. Mudei de escola pra
poder passar mais tempo com você. Com isso poderíamos ficar juntos na ida pra
escola, nas trocas de horário, no recreio e na volta. Nunca vou esquecer nossas
brincadeiras nesses intervalos em que ficávamos juntos. Eu te lambia, mordia,
beijava, abraçava, e riamos muito, como foi bom isso. Com você eu era eu mesmo,
sem falsidade, sem tentar agradar os outros sem mesmo me importar com os
outros. De apaixonado por você eu passei a te amar. Mesmo antes de ir pra
escola eu te disse pela primeira vez: EU TE AMO. Você ficou indecisa em me
responder, pois te peguei meio que de surpresa, mesmo sabendo os sentimentos um
pelo outro só pelas atitudes e no olhar que dava pra gente saber que se amava.
Só que dizer “eu te amo” é complicado, pois mesmo sabendo que se ama, ao dizer
estas palavras abre uma espécie de compromisso com a pessoa amada e que ela só
selará este compromisso dizendo também “eu te amo”. E foi oque aconteceu.
Nesta fase fomos juntos a uma das
festas mais populares desta cidade. O Baile dos Barangos. Nossa me lembro de
que fui primeiro com meus parceiros e passamos no posto Stop Shop. Aquele lugar
estava lotado. Bebemos de tudo, estava muito louco quando te encontrei.
Pergunto-me até hoje, como uma garota tão meiga como você teve que aturar um
bêbado naquela situação. Te encontrei e já fui te abraçando, dizendo que te amo
e que você é o amor da minha vida. Nota: A bebida faz com que as verdades
pareçam mais simples. Como eu chego dizendo isso! Apesar de ser a mais pura
verdade eu não tinha este direito. Jogar tudo em você. Mas fui sincero e
verdadeiro, acho que por isso você aceitou numa boa e ficou comigo mesmo assim.
Como havia bastante tempo que a
gente estava juntos, não demorou muito para entrarmos em um dilema que ou a
gente namorava dentro de casa ou terminávamos. E quase, quase que a gente
terminou... A gente quase nunca brigava, mesmo porque não tínhamos motivos pra
isso, chegamos a pensar que de vez em quando devíamos brigar pra “apimentar
nossa relação”. Mas quando a gente não briga por nossa causa, a gente briga por
causa dos outros, neste caso sua Mãe. Não posso dizer que foi o pior momento da
minha vida, pois esta escrevendo nossa história não está sendo nada fácil. Mas
escrever está me ajudando muito a superar esta situação. De certo modo a gente
terminou e foi péssimo, não pelo fato de apenas terminar, foi difícil por saber
que a gente se amava, de certo modo eu e você já sabíamos que iriámos voltar
qualquer dia, terminar um relacionamento não é fácil, agora terminar com uma
pessoa com ambos os lados gostando e estando tão apaixonados, sinceramente acho
impossível, o que me faz ter certeza disto? Eu te respondo: a forma que nós
terminamos. Lembra-se daquela barraquinha no bairro Nossa Senhora de Fátima?
Lógico que você lembra. Foi inesquecível.
Como não víamos uma saída para nosso
problema e resolvemos terminar. Com isso entramos em um acordo ao mesmo tempo
idiota e bom. Resolvemos ficar pela última vez nesta barraquinha e depois disso
terminar. Agora está na cara que isto não iria funcionar, mas foi incrivelmente
bom. Encarei a situação mais como se vamos terminar, mesmo amando um ao outro,
porque não aproveitar ao máximo? E conviver com o fato da gente se amar demais,
na escola não melhorou muito. Cheguei a achar um mau negócio ter mudado de
escola. Sofremos por uma semana ou mais, sofri muito porque você queria se
afastar de mim, parecia que você já estava prevendo que sua mãe iria atuar novamente.
Quando está sofrendo as horas não passam e o tempo congela. Einstein tem toda
razão. “O tempo é relativo”.
Como eu disse é impossível terminar assim.
Então passamos a ficar escondidos de todas as pessoas que achava que tínhamos
terminado. Pensei em te perder, mas conseguimos superar esta situação. Criamos
coragem e enfrentamos o monstro criado pela sua mãe em relação ao seu pai para
podermos ficar juntos. Disse desta forma, pois o discurso que sua mãe detinha
para evitar ao máximo que a gente namorasse era este. “Seu pai não vai gostar”,
“Seu pai não vai aprovar este relacionamento”, “Seu pai é bravo, estressado e
pavio curto”. Na verdade nós caímos nessa. Cheguei a pensar que seu pai iria
ser a pessoa mais difícil de mexer na sua casa. Estava enganado. A melhor
pessoa que convivi na sua casa, sem ser você, foi seu pai. Gostava de nossas
conversas.
Cheguei de forma estranha na sua
casa. Eles apenas me convidaram pra entrar oque eu achei bastante hospitaleiro.
Enfim, começamos numa relação que exigia um pouco mais de compreensão e
companheirismo. Vivi os melhores momentos de minha vida. No primeiro momento
foi meio que adaptação, pois nós dois gostávamos de ficar escondidos. Era mais
divertido. Das vezes em que vinha gente aproximando e você: “Quem que é?” e eu
respondia: “Nunca vi na minha vida”, então disparávamos a rir. Acontecia também
com carros e o resultado sempre era risos e gargalhadas de nós dois. O momento
mais engraçado que nós passamos foi quando ficamos numa igreja de crentes perto
da mercearia onde compramos Sneaks, Nuussh! Nós estávamos beijando e com muita
intimidade quando de repente o pastor estaciona o carro perto de nós, mas se
fosse só o pastor estava bom, mas de dentro do carro saiu toda sua família. Nós
somos muitíssimos caras-de-pau! De certo modo isso acabou influenciando na
nossa decisão, pensávamos que se namorássemos dentro de casa, momentos como
este nunca mais poderíamos ter.
No paradoxo de ou namorávamos sério
ou terminávamos, preferimos namorar. Namorar não tem apenas desvantagens, tem
várias vantagens que descobrimos. Como eu te disse quando entrei na sua casa:
“Temos tanta liberdade agora, que nem sabemos oque fazer com ela”. Com este
namoro ficamos mais íntimos do que antes, víamos diversas séries, filmes,
dormíamos juntos, naquela posição em que você colocava as pernas em cima de mim
e dormia quando víamos algo que não te interessava, depois acordávamos 03:00 da
manhã e eu dizia que precisava ir embora você me enrolava me ignorava só pra
que possa passar mais meia hora contigo. Entramos numa dieta de miojos,
cachorros-quentes, Sneaks de frango, pipoca de microondas e vez ou outra tortas
de mandioca, lasanha. Sempre fui muito bom na cozinha. Fizemos até um acordo:
Eu cozinho e você lava as vasilhas.
Nossa intimidade chegou ao auge,
quando nós transamos pela primeira vez. Nunca me esquecerei daquela
quarta-feira, dia 09/11/11 em que você veio na minha casa. Não tínhamos como
evitar, nosso relacionamento tomou proporções em que a paixão crescia cada vez
mais. Neste dia combinamos de não ir para escola para ficarmos em casa. Foi
ótimo e engraçado. Você era virgem e merecia perder a virgindade com grande
estilo, e foi oque aconteceu. Quando já tínhamos começado a transar, esquecemos
a porta do meu quarto aberta, meu irmão mais velho entrou. Foi o momento mais
tenso que vivemos mais até daquele dia quando ficamos lá na igreja e o pastor
nos pegou no fraga. Por incrível que pareça estávamos tão envolvido que quando
ele fechou a porta continuamos como se nada estivesse acontecido.
Nosso relacionamento é especial e
por mais sofrimento e tristeza que poderemos enfrentar e que já enfrentamos os
momentos felizes, engraçados e apaixonantes nem eu nem você esqueceremos. Meu
único desejo é que se um dia terminarmos, terminaremos não por motivos de outra
pessoa, mas por nossos motivos. Eu e você. Como eu te dizia antigamente:
EU
E VOCÊ JUNTOS PARA SEMPRE.
terça-feira, 19 de junho de 2012
Estilo Kafkiano
Tratar algo excepcional, surreal e até mesmo medonho como algo simples e cotidiano. Isso se chama estilo Kafkiano, levando o nome de Franz Kafka, por quem tenho incrível admiração após ler seus livros e principalmente sua biografia romanceada de Jeanette Rozsas chamada "Kafka e a marca do corvo".
Sendo simples e direto como: "Certa manhã, ao despertar de sonhos intranquilos Gregor Samsa encontrou-se em sua cama metamorfoseado em um inseto monstruoso.". De forma impactante, tratar um absurdo que foge do real, foge das leis ponderais, como se fosse algo que ocorre com todos. Lendo a Metamorfose, me perdi a ponto de me esquecer das situações vividas por Gregor Samsa e seu dilema de vida de inseto, não sabia mais se desejava sua melhora ou sua morte e até mesmo se sua transformação foi para melhor ou pior. No fundo sua vida não mudou de forma significativa, continuou na sua família conturbada e na sua vida medíocre.
A sociedade como um todo vive em CRISE. Vivemos no mundo surreal, medonho e inconcebível e encaramos isso de forma simples e como condição para se viver. Como diria meu amigo Ronan http://as7facesdodrlao.blogspot.com.br/2012/06/criar-e-viver.html "Algumas pessoas [...] Não cria, não elabora, mal sei se estão vivos."
Criei meu primeiro blog com este nome, pois quero escrever algo que afetem as pessoas, que pelo menos se sintam ofendidas e que me critique por isso, pois assim saberei que estão vivas!
"Precisamos de livros que nos afetem como um desastre, que nos entristeçam profundamente, como a morte de alguém a quem tenhamos amado mais do que a nós mesmos, como ser banido para florestas isoladas de todos, como um suicídio. Um livro deve ser o machado para o mar enregelado que temos dentro de nós."
Franz Kafka
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